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Marx, por Feinmann
vb. criado em 17/04/2015, 21h47m.
Feinmann.
Que conceitos Marx toma do pensamento de Hegel?
Que é o materialismo histórico?
Qual é a função da filosofia segundo Marx?
Que entende Marx por crítica?
É necessário conhecer o real para transformá-lo.
É na terra que a ignomínia se faz presente.
A violência está sempre protagonizada pelas massas.
que é o pathos da indignação?
Marx louva a burguesia.
como o capitalista obtém seu lucro?
de onde o capitalista tira o capital originário?
qual o segredo da mercadoria?
tudo é mercadoria?
Karl Marx
O conceito fundamental que Marx toma de Hegel é o da negação na história, isto é, a dialética, que associa com determinada classe social, o proletariado, que irá negar a burguesia, isto é, destrui-la, superar e instaurar uma sociedade genérica, sem classes.
O proletariado corresponde ao escravo trabalhador de Hegel.
Marx vê a história como uma matéria, o materialismo histórico se ocupa de encontrar na matéria histórica a matéria do pensamento: este pensa a materialidade histórica.
A dominação do poder pela burguesia, que negou (derrubou) o feudalismo, gerou a revolução industrial, e esta um novo sujeito histórico (que vai negá-la), que o materialismo histórico vem expressar. A burguesia negou o feudalismo e gerou o proletariado, que vai negá-la e criar uma síntese onde não haverá classes sociais.
"A religião é o ópio do povo" porque o convence de que seu sofrimento terreno não tem importância. Teses sobre Feuerbach: "até agora, de um modo ou outro, os filósofos se encarregaram de interpretar o mundo; o que é preciso é transformá-lo". Essa é a filosofia da práxis, que usa as armas da crítica (isto é, a crítica como conhecimento (consciência) da realidade) e a crítica das armas (a violência para mudar a realidade). A consciência deve ser crítica porque não deve se render à realidade, deve aclará-la, julgá-la.
A violência, para Marx, é sempre das massas. Não aceitaria a ideia do foco guerrilheiro, de Guevara e outros, que defendiam que um pequeno grupo pode galvanizar depois a toda uma sociedade a partir de sua prática vanguardista.
O pathos da indignação é a paixão que move a crítica, porque sua filosofia é apaixonada. Porque a descoberta da ignomínia gera indignação.
Porque os socialismos do séc. XX não realizaram o sonho de Marx? Porque existiu o conceito de vanguarda, as massas não foram protagonistas, e sim as vanguardas, que se se sentem donas da verdade ideológica revolucionária. E criam o partido da vanguarda e se arroga uma função educadora das massas. O partido coisifica a Ideologia, faz dela dogma pertencente a poucos eleitos, que se tornam a burocracia do partido, e esta monopoliza o dogma ideológico. Finalmente o partido elege seu líder e surge o culto da personalidade, e o ditador revolucionário. A perpetuação de uma personalidade no poder desgasta, coisifica a revolução, impede que a história avance criativamente. Mas a revolução tem de ser constante.
Parte da ideia de Marx é que para que haja uma revolução mundial, era preciso que surgisse um proletariado mundial; para isso era pré-requisito que a burguesia triunfasse e dominasse o mundo todo; de forma que Marx se via na contingência de ter de apoiar o avanço e dominação da burguesia. Tinha de se por contra a independência da América latina, porque isso atrasaria o triunfo do capitalismo industrial inglês. A visão de Marx condenava o mundo colonial a se esperar ser conquistado pelos países centrais.
"¿Qué importan los estragos / si los frutos son placeres? / ¿No mató a miles de seres / Tamerlán en su reinado?". Es un poema de Goethe que cita Marx.
Marx disse que a burguesia capitalista iria criar potências econômicas tão poderosas que finalmente não poderia controlá-las.
A mercadoria tem dois aspectos, o valor de uso (na medida em que usamos as coisas elas se gastam(?); servem para ser usadas) e o valor de troca (o valor que tem para vender).
Quanto vale uma mercadoria? O mesmo que vale o tempo de trabalho social necessário para fazê-la.
Quanto vale a força de trabalho do obreiro? O que for necessário para manter viva a força de trabalho.
Trabalho necessário é o trabalho exigido para produzir o suficiente para manter viva a força de trabalho. O trabalho que excede a esse quantum é mais-valia.
Mais-valia: é o valor que resta em mãos do capitalista depois de pagar o salário do trabalhador; a diferença entre o que este custa e o que vale sua produção.
Acumulação primitiva de capital: o capital vem ao mundo jorrando sangue e lama, porque se acumulou saqueando a periferia colonial.
Enrique Silberstein, livro "Piratas, filibusteros corsarios y bucaneros".
Nós, latino-americanos, somos a condição de possibilidade do capitalismo, o centro existe porque existe a periferia.
O fetichismo da mercadoria, ou o mistério da mercadoria. O encantamento com o objeto impede de ver o que está por detrás dele, ou seja, o fetiche oculta as condições de sua produção.
Há uma vertigem das mercadorias. Marx diz que o mundo das mercadorias é um mundo encantado, porque feito de objetos encantadores que nos encantam e nos compelem a comprá-los. E a ideia de Marx é: se os homens se desenvolvem, isto é, desenvolvem suas vidas, através do intercâmbio de mercadorias, visando mercadorias, transformam-se em mercadorias. A vida humana devêm em coisa.
Todas as mercadorias se remetem a uma mercadoria que as representa a todas, o dinheiro.
ENCYCLOPAEDIA V. 51-0 (11/04/2016, 10h24m.), com 2567 verbetes e 2173 imagens.
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